Andando pelo meu quarteirão, descobri um cantinho que estava sendo reformado para abrigar um ponto comercial. Depois de pronto, o local estava todo pintado com listras azuis, vermelhas e brancas na diagonal e percebi que se tratava de uma barbearia vintage.
Há uma nova onda de barbearias vintage que vem pegando no mercado nacional, apesar de ser muito mais tradicional, nos Estados Unidos e países da Europa.
Esse novo modelo de negócio exalta a clássica barbearia de antigamente, onde a barba era feita na navalha e os cortes eram bem mais complexos do que os atuais. Além disso, os ambientes remontam à aquela época onde as paredes eram de madeira repletas de quadros, as cadeiras eram enormes feitas em couro e metal cromado, e as navalhas eram expostas pelo ambiente e afiadas em tiras de couro.
O processo de barbear:
Schorem Haarsnijder En Barbier em Rotterdam, Holanda
Nestes ambientes, há um culto total aos bigodes e barbas bem feitos (sim, existem penteados específicos para eles) e também os cabelos moldados. Há quem diga que a barbafeita na navalha dura mais e deixa a pele macia.
Sem contar o ritual que permeia o corte, com bálsamos e toalhas quentes no rosto e um tratamento digno de spa, afinal, o homem também precisa se sentir um pouco cavalheiro de vez em quando.
O barbeiro Bertus com 22 anos de experiência
Depois da toalha, ele massageia a pela e aplica a espuma de barbear quente com pincel de pelos de texugo.
Todo o processo de barbear ainda segue uma série de passos e regras, de forma com que a barba seja retirada o mais rente possível da pele, sem danificá-la.
No final, ainda tem mais toalha quente e bálsamos para a pele, e por fim, a toalha fria para fechar os poros e loções pós-barba.
O estilo preservado:
Pascal Go Go Mania
Os barbeiros vintagers também remetem aos antigos trabalhadores com seus ternos e gravatas, mas uma boa dose de modernidade com suas tatuagens espalhadas pelos braços.
Porém, não se engane, alguns possuem anos e anos de experiência e especializações na área.
Frank Rimmer
Um barbeiro bem conhecido na área é Frank Rimmer, residente em Londres.
Além de trabalhar em uma barbearia local, ele lançou a Thy Barber, uma barbearia itinerante, que costuma funcionar em eventos como exposições de carros antigos e tatuagem.
Ela ainda coleciona itens de antigas barbearias e todos os acessórios que utiliza são ou possuem uma inspiração vintage, o que significa que se você se sentar para cortar o cabelo com ele, com certeza vai ter uma experiência muito bacana, uma volta aos tempos antigos.
Veja essa pequeno vídeo sobre a Thy Barber e você vai entender do que estou falando:
Thy Barber from HARUKA IRIE on Vimeo.
Um dos símbolos mais marcantes da barbearia vintage é o poste de barbeiro, aquele com faixas vermelhas e brancas (e às vezes, azuis) girando na frente das lojas.
Mas a história deste poste é um pouco sinistra, na verdade...
O poste de barbeiro atual com listras (que ficam girando) é uma inspiração dos postes que eram utilizados nas barbearias de antigamente.
Desdes os tempos medievais os barbeiros não só cortavam cabelos e barbas como também faziam o serviços de médico e dentistas. Praticavam desde pequenas cirurgias, extrações de dentes e sangrias.
Quando o paciente os procuravam para realizar a sangria, normalmente era pedido à ele que se segurasse firme em um poste, e com isso, o barbeiro-cirurgião realizava os cortes pelo corpo.
O sangue que escorria era depositado em uma vasilha aos pés do paciente.
Para ajudar a limpar, os barbeiros utilizavam bandagens de tecidos brancos, que depois era lavada e ficava pendurada no poste para secar.
Portanto, o poste de barbeiro atual remete aos postes onde as pessoas se seguravam e as listras às bandagens que ficavam enroladas para secar.
A parte cromada na parte de baixo remete às vasilhas para onde o sangue escorria.
Há quem diga também, que as listas brancas remetem às bandagens, as listras vermelhas ao sangue arterial e as listras azuis ao sangue venoso.
Historicamente:
No ano de 1163, o clero da época baniu a prática médica das barbearias, definindo bem o que um barbeiro e o que um médico deveriam praticar.
Algumas décadas depois, a Companhia de Barbeiros e Cirurgiões Unidos, da Inglaterra, definiu que os barbeiros deveriam utilizar o poste com listras brancas e azuis, e os médicos e dentistas, o poste com listras brancas e vermelhas.
Porém, muitos barbeiros dos Estados Unidos continuaram com seus postes de 3 cores, em referência às cores da bandeira americana.
E em 1950, surgiram várias fábricas americanas que começaram a produzir os postes em larga escala, por isso, as peças antigas e restauradas de hoje em dia, provavelmente provém desta década.
William Marvy e sua produção em massa de postes na década de 50
Na decoração:
Toda barbearia vintage precisa ter um poste destes para dar mais charme à sua fachada. Mas, como aqui no Brasil, isso é mais um conceito do que uma parte da história realmente, é bem provável que seja difícil de encontrar este item para comprar.
Portanto, quem procura por um poste deste para comprar, acaba fazendo artesanalmente ou encomenda de fora.
Por fim, o que importa é que os novos ou antigos barbeiros vintagers estejam mais interessados em cortar sua barba e bigode com a navalha afiadinha, do outras partes do corpo..
Experimenta não pagar a conta pra você ver!!
Humm,....cadeira já tenho...
ResponderExcluirah,achei meu blog,e melhor, lembrei da senha , breve vou publicar por ai também.
ResponderExcluirbjo carregada kkkkkk